Cem Anos de Perdão | João Tordo

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Claro que, depois do livro Águas Passadas tinha de ler este!

Neste livro voltamos a encontrar as personagens Pilar e Cícero e vemos onde estão passado 2 anos do caso do livro anterior. Cícero está na prisão de Brixton depois de ter ido ao Reino Unido matar o assassino da sua filha. Pilar despediu-se e mudou-se para Helsínquia, onde trabalha num bar, essencialmente para fugir ao passado, e para tentar fugir de si e da sua obsessão. Certo dia, Pilar finalmente recebe uma carta da polícia de Cascais onde se encontra o paradeiro de Cícero, na prisão, e decide ir ter com ele. 

A partir daqui entramos numa história sobre uma ilha, St. Dismas, e uma religião que mais parece uma seita. Seguimos o homicídio de um rapaz, Jim, que foi crucificado pelo próprio irmão. Conhecemos novos polícias, e uma nova sociedade. E a história é-nos dada, outra vez, com as perspetivas intercaladas de Pilar, narrada na 3ª pessoa, e Cícero, narrada na 1ª pessoa. 


Eu gostei mais deste livro, talvez por já conhecer Pilar e Cícero e por já os ter visto passar por tanto no livro anterior. Desta vez, o caso é igualmente, senão mais, perverso. É-nos dada uma perspetiva muito singular sobre a religião e apesar de já existirem algumas histórias sobre perversidade dentro de certos grupos religiosos não senti que esta história já tivesse sido escrita antes. 

Considero que, neste livro, conseguimos ver Pilar e Cícero a mudar enquanto personagens e sentir muito mais o que eles estavam a passar. 

[Tenho de dizer que adorei o Boris e que não achei nada cliché o final]

Gostei muito também de como a história foi desviando a nossa atenção para certas personagens e de certas personagens mas ao mesmo tempo nos dava pequenos indícios sobre quem estava envolvido naquele esquema. Mesmo com as minhas suspeitas, e como referi sobre o Águas Passadas, nunca podia ter adivinhado o que realmente estava a acontecer e a quantidade de pessoas que estavam envolvidas em diferentes graus, com diferentes objetivos. E também como, no fim, a pessoa que menos esperávamos foi quem acabou por salvar Pilar. 

Adorei a leitura, mais uma vez, e não conseguia largar o livro. Que venham mais thrillers. 

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ENGLISH

Of course, after Águas Passadas I had to read this one!

In this book, we encounter again the characters of Pilar and Cícero and we see where each of them are 2 years after the case of the previous book. Cícero is in prison in Brixton after going to the UK to kill the murderer of his daughter. Pilar quit her job and moved to Helsinki, and works in a bar, essentially to run away from her past, and to try to escape herself and her obsession. One day, Pilar finally receives a letter from the Cascais Police where Cícero’s whereabouts are and decides to go to him.

From here on we enter a story about an island, St. Dismas, and a religion which seems more like a cult. We follow the murder of a boy, Jim, who was crucified by his own brother. We get to know more police officers and a new society. And the story is given to us, again, from the perspectives of Pilar, with a 3rd person narrator, and Cícero narrated in the 1st person. 


I enjoyed this book more than the last one, maybe because I already knew Pilar and Cícero and saw them go through so much in the previous book. This time, the case is as, or maybe more, perverse. We are given a very unique perspective on religion and, even though there are stories about perversity inside certain religious groups I did not feel like this story had already been written before. 

I think that, in this book, we can see Pilar and Cícero change as characters and feel much more of what they are going through.

[I have to say that I loved Boris and did not think the ending was cliché at all]

I also really liked how the story focused our attention on certain characters and away from others but at the same time kept giving us small clues about who was involved in that scheme. Even with my suspicions, and as I said about Águas Passadas, I could have never guessed what was really happening and the number of people who were involved in different degrees, with different goals. Also how, in the end, the person I was least expecting to save Pilar was the one who did. 

I loved this read, once again, and I could not put the book down. Let there be more thrillers. 

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