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Atualmente qualquer pessoa consegue ter mais informação que o
indivíduo mais inteligente de há um século atrás. Claro que todos sabemos que a
Terra faz parte de um grupo de planetas que anda à volta do sol, e também
sabemos que nem sempre as pessoas pensavam assim. Por vezes até nos
questionamos “como é que eles achavam que a Terra era o centro do Universo?”.
A verdade é que durante o século XVI a teoria mais aceite
sobre este tema era a de Ptolomeu, a teoria geocêntrica, que dizia exatamente
que a Terra se encontrava no centro do Universo, e que Copérnico veio a
contrariar.
O livro “A Revolução das Orbes Celestes” foi escrito por
Copérnico e é o primeiro texto publicado que contraria a teoria geocêntrica,
mas Copérnico não foi o primeiro a pensar que a Terra poderia ter movimento
(como refere no livro), apresentando a teoria de que o Sol é que está no centro
e a Terra é mais um dos planetas que circula à sua volta – a teoria
heliocêntrica.
Copérnico foge um pouco do que referi em cima sobre a função
dos astrónomos, pois neste livro ele não se limita apenas a formular a sua
hipótese, tentando também justificar a física do movimento da Terra.
O autor tem plena consciência de que esta ideia é
perturbadora, que vai causar agitação, e por isso demorou muito tempo a decidir
se deveria publicar o livro, sendo ele próprio um padre e dedicando o livro ao
Papa Paulo III, apelando a sua defesa, e referindo que não dará importância
àqueles que não saibam matemática e que o venham tentar atacar com a Escritura.
Um facto interessante é que esta nova teoria teve mais críticas em 1610, quando Galileu publicou “O Mensageiro das Estrelas” e onde dava este modelo como certo, implicitamente, para as suas observações, do que em 1543 quando foi publicada, principalmente devido ao ambiente de tensão entre católicos e protestantes que se vivia nesta época. De facto, uma das principais críticas que Copérnico sofreu foi o facto de dizer que a Terra não estava no centro, pois o centro era considerado o local mais inferior de um círculo e tudo o que era celeste apresentava-se, para as pessoas do século XVI, superior, tal como o Inferno ser representado no centro da Terra, e por isso ele estava a “atrever-se” a considerar a Terra ao nível dos outros planetas.
Mas a verdade é que, se vivêssemos nesta época, a maioria de
nós não suportaria o modelo de Copérnico.
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ENGLISH
In the
present days anyone can have access to more information than the smartest
person of the previous century. Of course, everyone knows that the Earth
belongs to a group of planets that circles the Sun, and we also know that
people did not always think so. Sometimes we even question “how could they
think that the Earth was the center of the Universe?”.
The truth is
that during the 16th century the most accepted theory about this
matter was Ptolomeu’s geocentric theory, which said exactly that the Earth was
placed on the center of the universe, and which Copernicus came to contradict.
If we imagine
ourselves in the place of those who lived in that century, we can understand
that not only there was no telescopes but also there was no other way of
building hypothesis that were not based on observation. So, by direct
observation we always have the feeling that the sun, the moon, and the other
planets are the ones moving and not us. For this reason, the astronomers had
only the job of creating models, and those models didn’t have to be explained
by them, didn’t have to be true or credible, because in that time knowing the
causes was the philosophy’s job.
The book “On the Revolutions of the Heavenly Spheres” was written by Copernicus
and it is the first published book that contradicts the geocentric theory, but
Copernicus was not the first one thinking that the Earth could have movement
(as he talks about in the book), presenting the theory that the Sun is placed
in the center and the Earth is one more planet that circles around it – the
heliocentric theory.
Copernicus
differs a little from what I mentioned above about the function of astronomers,
as he doesn’t only formulate his hypothesis but also tries to explain the
physics of Earth’s movement.
The author
has full conscience that this is a disturbing idea that is going to cause
agitation, and because of that he spent a lot of time deciding whether he
should publish the book or not, being he himself a priest and dedicating the
book to the pope Paul III, appealing to his defense, and referring that he will
not give attention to those who don’t know mathematics and try to attack him
and his book with the Scripture.
An
interesting fact is that this new theory had more critics in 1610, when Galileu
published “Siderius Nuncius” and had this model as the right one, implicitly,
for his observations, than in 1543 when it was first published. This happened
mainly due to the atmosphere of tension between Catholics and Protestants that
was experienced at this time. In fact, one of the main critics that Copernicus
had was because he said that the Earth was not in the center, because the
center was considered the most inferior place in a circle and all that was
heavenly was, for the 16th century people, superior, the same
happens with Hell being in the center of the Earth, and because of that he was
“daring” to consider the Earth was at the other planets’ level.
But the truth
is that, if we had lived in this time, most of us would not have supported
Copernicus’s model.
(Imagens | Pictures : https://www.todamateria.com.br/nicolau-copernico/ ; http://www.grupomeiodoceu.com/internas/2019/01/25/nicolau-copernico-e-o-sistema-heliocentrico/ )
Adoro! A história das ciências é fantástica!
ReplyDeletePois é!
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