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Há um ano publiquei o meu primeiro conto, na minha primeira antologia. Fiz a minha primeira apresentação e assinei o meu primeiro livro. Parece um sonho tudo o que aconteceu durante este ano.
O Sangue Novo foi ao FantasPorto '22. Foi nomeado para o Grande Prémio Adamastor de Literatura Fantástica Portuguesa 2022 e venceu. Grande parte dos escritores que integram esta antologia voltaram a ser publicados na Feira do Livro de Lisboa desse mesmo ano.
Isto foi um projeto pessoal que conseguiu tanto em tão pouco tempo. Há terror em Portugal, e o Sangue Novo provou isso mesmo.
Um pouco sobre esta antologia: é composta por vários contos, todos de autores diferentes, mas todos de terror. Fomos todos convidados pelo autor Pedro Lucas Martins, a ideia e o projeto foram dele. [E fica aqui um enorme agradecimento ao Pedro :) ]
(foto de Paulo A. M. Oliveira)
O meu conto tem o título Sonhei com uma Linha Vermelha. A ideia surgiu de um sonho. Mais ou menos um mês antes de receber este convite, sonhei com o episódio do cão no café a mudar para a forma de outra pessoa, e eu estava no lugar da minha protagonista, Helena. Como costumo fazer, anotei o sonho, reduzido a uma ou duas frases, nas notas do meu telemóvel. Durante as semanas seguintes não conseguia tirar a imagem da cabeça e decidi começar a escrever. Foi passado uns dias que recebi o convite, e não podia ter ficado mais feliz. A minha primeira reação foi responder que sim. Só depois de responder é que comecei a pensar na responsabilidade que tinha, e no facto de nunca ter escrito um conto completo na vida, nem no género de terror.
O conto centra-se em Helena, uma rapariga que se muda para uma pequena cidade com os pais. Ela começa a sonhar com uma linha vermelha, e coisas começam a acontecer na realidade (ou será que é tudo na cabeça dela? Não sei).
Um facto sobre mim: gosto de partir de uma imagem quando escrevo, não necessariamente a imagem de um episódio inicial, e escrever sem planear muito. Basicamente, não sei o final quando escrevo o início. É quase como se estivesse a descobrir a minha própria história à medida que a escrevo.
Há muito sobre o qual eu não penso enquanto escrevo. Gosto de escrever o que gostaria de ler. Há muitas interpretações que eu vejo agora e não pensei enquanto o estava a escrever. E muitas ligações a mim mesma e ao que estava a passar na altura que agora vejo claramente. Acredito mesmo quando dizem que há sempre partes do autor nas histórias que escreve, por mais ficcionais que sejam.
Nunca consigo dizer qual dos contos desta antologia é o meu favorito, porque são todos tão diferentes e únicos. Nota-se mesmo mudança de ambiente, voz e estilo em cada um. Muitos de nós dizem que há um conto de terror para todos os gostos, uns mais fantásticos, uns mais psicológicos, uns com uma pitada de humor negro, e uns mais reais.
Como o Pedro nos convidou para escrever e partilhar terror, convido-vos eu agora para lerem estes nossos contos.
Bons sonhos,
Madalena FS
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ENGLISH
A year ago I published my first short story, in my first anthology. I did my first book presentation and signed my first book. Everything that happened this year feels like a dream.
Sangue Novo [New Blood in english] went to FantasPorto '22. It was nominated for the Grande Prémio Adamastor de Literatura Fantástica Portuguesa 2022 and won. The great majority of the authors in this anthology were published again at the Lisbon Book Fair this same year.
This was a personal project that was able to accomplish so much in such a short time. There is horror in Portugal, and Sangue Novo proved that.
A little about this anthology: it is composed of several short stories, all from different authors, but every of horror. We were all invited by the author Pedro Lucas Martins, the idea and the project were his. [And here I give Pedro a huge thank-you :) ]
(picture by Paulo A. M. Oliveira)
My short story is called Sonhei com uma Linha Vermelha [I Dreamt of a Red Line in english]. The idea came to me in a dream. About one month before receiving this invitation, I dreamt about the dog in the coffee shop episode, it changed into the form of another person, and I was standing in the place of my protagonist, Helena. As I usually do, I wrote the dream in two or three phrases in my phone's notes. I could not stop the image from coming to my head for the next few weeks and decided to start writing it. It was days after that I got the invitation, and could not be happier. My first reaction was to answer with a yes. Only after answering did I start thinking about the responsibility I had, and the fact that I had never written a complete short story in my life, nor in the horror genre.
The short story is centred on Helen, a girl who moves to a little town with her parents. She starts having dreams about a red line, and things start to happen in real life (or is it all in her head? I don't know).
A fact about me: I like to start from an image when I write, not necessarily one from the initial episode, and write without planning a lot. Basically, I do not know what the ending will be when I'm writing the beginning. It is almost as if I am discovering my own story while I'm writing it.
There is a lot I do not think of while I'm writing. I like to write what I would like to read. There are a lot of interpretations that I see now but did not think of them when I was writing. And a lot of connections to myself and what I was going through at the time that I now clearly see. I do believe it when they say that there are always parts of the author in the stories they write, however fictional they may be.
I can never say which one of the short stories in this anthology is my favourite because every story is different and unique. You can really tell the change in the environment, voice and style of writing in each one. A lot of us say that there is a horror short story for everyone, some more fantastic, some more psychological, some with a hint of dark humour, and some more real.
As Pedro invited us to write and share horror, I now invite you to read our short stories.
Nice dreams,
Madalena FS
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