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A Vida Invisível de Addie LaRue é o primeiro livro que leio de V.E. Schwab. Já tinha visto muitas recomendações deste livro, e já o tinha na lista há algum tempo. Demorei a ir buscá-lo exatamente por causa das expectativas que já tinha, tinha visto muitas pessoas a fazer muito boas reviews deste livro e desta autora. Mas agora que finalmente o li, posso dizer que foi uma experiência bem diferente da que estava à espera, mas um livro que gostei muito de ler.
A história centra-se à volta de Addie LaRue, uma rapariga nascida numa aldeia francesa do século XVIII, que vê o tempo passar e tem medo de que não tenha tempo para viver verdadeiramente, enquanto lida com o facto das pessoas a verem como uma rapariga na idade de casar e começar uma família. Certa noite, encontra-se nos bosques com um ser que responde depois de anoitecer, e faz um acordo, para poder viver sem estar presa a ninguém, e quando viver o suficiente, entrega-lhe em troca a sua alma. O que ela não se apercebe é que as palavras devem ser medidas com cuidado, o que acaba por se virar contra ela. A partir dessa noite, Addie vive uma vida invisível, porque toda a gente que ela conhece, esquece-a no momento em que os seus olhos se desviam dela, em que uma porta se fecha entre eles, em que a deixam numa outra divisão.
A história está dividida em partes, e em diferentes pontos de vista e tempos. Acompanhamos a história de Addie desde o século XVIII até agora, ela com mais de 300 anos. Até que um dia encontra Henry.
O que mais gostei neste livro é a escrita, a forma como a sequência de eventos é apresentada e como tudo é descrito. Fez com que o enredo alcançásse um outro nível, com que adorásse todas as frases e parecia que se esta história fosse escrita de outra forma não iria resultar, pelo menos para mim. Fomos descobrindo quem Addie é ao longo de todo o livro, vimo-la lutar sem parar, a resiliência de que ela é capaz, e que nunca perde. Vimo-la sofrer, e dar sempre a volta a isso.
Dei por mim a ler cada vez mais lento porque não queria acabar o livro. Os temas mais centrais da imortalidade, do tempo, da solidão, do amor são tratados de uma forma muito diferente e única.
Algo que gostei menos foi quando se começou a desenvolver muito Luc quase como ser humano. Pareceu-me, a mim, um pouco forçado dada já a forma que ele tomou na primeira noite e todas as vezes que viu Addie, quase como se Luc estivesse a implorar a certa altura, em vez de usar essa forma para a enganar e para fazer com que ela quisesse estar perto dele. Acho que estava à espera de algo mais no final, de um dilema mais difícil para Addie.
Por outro lado, adorei as formas que Addie arranjou para deixar marcas, e todas as referências a arte, principalmente música, que nos dão uma "nova" perspetiva sobre o que é talento e sucesso. Se há algum fator exterior a Beethoven, Sinatra, um ser com quem fizeram um acordo em troca da sua alma, para ter aquilo que querem, ou o que as palavras ditaram querer.
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ENGLISH
The Invisible Life of Addie LaRue is the first book I read by V.E. Schwab. I had already seen a lot of recommendations about this book, and it has been on my list for some time now. It took me a long time to go get it to read exactly because of the expectations that I had, a lot of people were saying very good things about it and about this author. Now that I've read it, I can say that it was a very different experience from the one I was expecting, but a book I really liked to read.
The story is centred around Addie LaRue, a girl born in a french town in the 18th century, who watches time go by and is scared of not having time to truly live, whilst dealing with the fact that everyone sees her as a girl of the age to marry and start a family. On a certain night, she meets in the woods with a god that answers after the dark, and makes a deal, to live without being stuck to no one, and once she finds that she has lived enough, she will in exchange give him her soul. What she doesn't understand is that the words should be measured carefully, which ends up turning against her. From that night on, Addie lives an invisible life, because everyone she meets forgets her the moment their eyes turn away from her, the moment a door closes between them, the moment she is left in another room.
The story is divided into parts and different points of view and times. We follow Addie's story from the 18th century until now, her being more than 300 years old. Until one day she finds Henry.
What I like the most about this book is the writing, the way how a chain of events is presented and how it is described. It made the plot reach another level, made me love every sentence and it made me feel like if this story was written in any other way it would not work, at least for me. We discovered who Addie is throughout the whole book, we saw her fight without a pause, the resilience she is capable of, which she never loses. We saw her suffer, and always get out on the other side.
I found myself reading slower and slower because I didn't want to finish the book. The central themes of immortality, time, solitude, and love are treated in a very different and unique way.
The one thing that I didn't like as much was when Luc started to be developed almost as a human being. It felt like a bit forced given already the shape he took on the first night and every time he saw Addie, almost as if Luc was begging at some point, instead of using that shape to deceive and to make her want to be with him. I think I was expecting something more at the end, a more difficult dilemma for Addie.
On the other hand, I loved the ways Addie came up with to leave marks, and every reference to art, especially music, which give us a "new" perspective about what talent and success are. Whether there is an external factor to Beethoven, Sinatra, a being with whom they made a deal in exchange for their soul, to have what they want, or whatever the words they said meant they wanted.
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