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Há artistas tão bons mas tão subestimados, e Greyson Chance é um deles.
Eu própria não o conhecia até ver um vídeo de reação no YouTube (obrigada Caitlin!), e muito sinceramente não entendo como é que nunca tinha ouvido falar dele antes! Ele está na indústria da música há mais de 10 anos!
Trophies é um álbum que retrata diferentes perspetivas sobre diferentes alturas da vida, tempo e amor.
Greyson referiu no Zach Sang Show que o nome do álbum (troféus) caracteriza essencialmente o facto de toda a gente poder ter um troféu banhado em ouro, mas o que interessa é a inscrição que lá está, que pode não ser o que outros estão à espera quando olham para ele. Claro que isto se aplica a todas as expectativas que lhe foram impostas, e o que isso trouxe para a sua vida.
O que eu adoro neste álbum são os conceitos por trás de todas as músicas. Não há nenhuma que passe à frente quando estou a ouvir o álbum e não sei porquê sinto a necessidade de ouvir as músicas pela ordem, como se fosse uma história que precisa de ser contada por aquela ordem em específico, ou uma viagem em que entras voluntariamente para acompanhar todas estas emoções.
Se tivesse de escolher, diria que as minhas duas favoritas são O Violet e Clothes, e são mesmo incríveis.
Para quem quiser, deixo agora um pouco sobre cada música, como as interpretei e algumas coisas que Greyson disse sobre elas. Vale mesmo a pena ouvir o álbum!
Holy Feeling
Greyson descreveu esta música como um pedido para estar presente e viver focado naquilo que está à nossa frente em vez do que poderá ou não acontecer no futuro. E eu acho que é a forma perfeita para abrir um album.
A primeira vez que ouvi Holy Feeling e li a letra pareceu-me exatamente uma história sobre alguém que está constantemente a pôr obstáculos ao crescimento de uma relação, que não tem de ser especificamente amorosa. Quem canta sabe que se o outro parásse de resistir poderia encontrar algo mais forte do que talvez Deus é capaz de lhe dar neste momento.
Parece que a outra pessoa vive a pensar, por exemplo, naquilo que acontecerá depois da morte, impedindo-se de ver as oportunidades que está a perder agora. Quem canta está a tentar puxá-lo de volta.
Nobody
Quando ouvi esta música pela primeira vez pareceu-me que era o seguimento da anterior. A outra pessoa finalmente aceitou o que lhe estavam a oferecer, tiveram uma relação e algo correu mal. Para mim pareceu-me que quem canta ainda tem sentimentos pela outra pessoa, mesmo depois de a tentar esquecer.
Depois de a ouvir mais algumas vezes e ouvir Greyson falar sobre o álbum percebi que há outro lado em Nobody: estar numa relação, mas ter medo de perder a outra pessoa, o que o levou a pensar no que aconteceria nesse caso e em como sentiria que mais ninguém o iria entender como o seu parceiro atual.
Hands
Hands é, na minha opinião, escrita do ponto de vista de alguém que quer ter uma relação matura, e faz essa diferença tendo em conta as relações de secundário. Quem canta não entende o que o outro quer e não sabe se o outro alguma vez se vai explicar. É como se ele estivesse realmente apaixonado mas o outro estivesse a enviar sinais cruzados e quase que a "usá-lo".
Greyson referiu depois que esta música é sobre "todas as alturas em que estava apaixonado por um rapaz hétero", o que aconteceu no seu secundário, e onde era quase como se os outros o estivessem a usar como uma experiência para se descobrirem e depois simplesmente o descartavam antes de acontecer alguma coisa, mas ele chegava a cair nisso.
Same people
Same people é um interlúdio e é das minhas faixas favoritas até agora! É um pequeno poema sobre alguém que lhe parece um pouco diferente no meio de uma multidão de pessoas que são todas iguais, ou seja, que não despertam nada novo nele.
Para mim este é o ponto perfeito de viragem do álbum. Neste momento aparece alguém que muda tudo e que o faz pensar "será que estamos a forçar as coisas?", "não, ele é a minha pessoa", e por fim outra vez o medo de o perder.
High Waisted
Nesta música acho que quem está a cantar consegue ver que o outro quer uma relação mas está com medo de o deixar aproximar-se demasiado porque naquele momento sente que ainda não estão em sintonia e que estariam a forçar demasiado as coisas.
Neste caso ele é que está quase a dar um passo atrás naquilo que estava a pedir em Holy feeling. Esta é a "será que estamos a forçar as coisas?"
Greyson referiu que High waisted e Nobody são como irmãs e ambas andam à volta do medo de esta relação acabar.
O Violet
Eu não acho que possa dizer ou interpretar nada sobre uma música tão pessoal, porque está tudo nela.
O Violet é uma carta de amor para o namorado de Greyson, ele está a falar diretamente para ele e é o momento de "ele é a minha pessoa".
O Violet is a love letter to Greyson's boyfriend, he is talking directly to him and it is like a "he is my person" moment.
[ E o momento Bon Iver no refrão? :) ]
Hellboy
Bom, esta aqui é obviamente a música sexual do álbum.
Por detrás desta música conseguimos sentir também o desejo de transmitir confiança, uma espécie de "fake it until you make it", a mentalidade que Greyson precisa antes de entrar em palco, a confiança que lhe estava a faltar por causa da pandemia.
Clothes
Clothes é sem dúvida uma das minhas favoritas, principalmente pela letra.
Quando começas a ouvir achas que vai ser outra carta de amor, mas de repente passa a uma carta de separação. E isto acontece com um simples verso, e a partir daí entramos numa atmosfera completamente diferente da que estávamos a criar inicialmente.
É outra música que está ligada ao tema do medo de acabar. A pessoa ainda ama o outro, e mesmo que se tenham separado não há ressentimentos por ele continuar com a sua vida porque reconhece que só quer o bem dele, mesmo que signifique não estarem juntos.
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ENGLISH
There are so many underrated good artists, and Greyson Chance is one of them.
I didn't even know him until I saw a Youtube reaction (thank you Caitlin!), and honestly, I cannot understand how I never heard about him before! He has been in the music industry for more than 10 years now!
Trophies is an album that represents different perspectives about different times in life, time and love.
Greyson said in the Zach Sang Show that the name of the album represents essentially the fact that everyone can have a gold trophy, but what really matters is its inscription, which can be completely different from what everyone thinks it is when looking at it. Of course, this applies to all the expectations people had of him, and what that brought to his life.
What I love about this album are the concepts behind every song. There is not one song that I skip when listening to the album and I don't know why but I always need to listen to the songs in order like they are all a story that needs to be told in that specific order or a journey that you willingly enter to follow all these emotions.
If I had to choose, I would say that my favourites are O Violet and Clothes, and they are both incredible.
For anyone who wants, I leave here a little about every song, how I interpreted them and some things Greyson said about them too. It is really worth it listening to the album!
Holy Feeling
Greyson described this song as a call to be present and live focused on what is in front of us instead of what might happen in the future. And I think it is the perfect way of opening an album.
The first time I heard Holy Feeling and read the lyrics it seemed exactly like a story about someone who is constantly building obstacles to the growth of a relationship, which may not be specifically a love interest. Who sings knows that if the other stopped resisting he could find something stronger than maybe what God is capable of offering him right now.
It seems like the other person is only thinking about, for example, what might happen after death, preventing himself from seeing the opportunities that he is losing right now. The one singing is trying to pull them back.
Nobody
When I heard this song for the first time it seemed that it was a follow-up from the previous one. The other person finally accepted what he was offering, they had a relationship and something went wrong. For me, it seemed like the one singing still had feelings for the other person, even after trying to forget them.
After listening to it a few more times and hearing Greyson talking about the album I realized that there is another side to Nobody: being in a relationship, but being afraid of losing the other person, which made him think about what would happen in that scenario and how he would feel like there is no one that would understand him as his current partner does.
Hands
Hands is, in my opinion, written from the point of view of someone who wants to have a mature relationship, and differentiates it from high school relationships. The one singing doesn't understand what the other wants and doesn't know if the other will ever explain himself. It is like he is really in love but the other is sending crossed signals and almost "using" him.
Greyson also said that this song is about "every time he was in love with a straight boy", which happened in his high school, and where it was almost like the others were using him as an experiment to find themselves and then just leave before anything happened, but he would fall for it.
Same people
Same people is an interlude and it is one of my favourite tracks so far! It is a little poem about someone who seems different in a crowd of people who are the same, meaning, who don't make him feel anything new.
For me, this is the perfect turning point in the album. At this moment someone shows up and changes everything, and makes him think "are we forcing things?", "no, he is my person", and in the end, we have again the fear of ending.
High Waisted
In this song, I think that the person singing can see that the other wants a relationship but is afraid of letting him come too close because at that moment he feels like they are not even and they would be forcing things too much.
In this case, he is the one taking a step back from what he was asking in Holy Feeling. This is the "are we forcing things?"
Greyson said that High waisted and Nobody are like sisters and both of them are about the fear of ending this relationship.
O Violet
I do not think that I can say or interpret anything about a song as personal as this one, because everything is in it already.
O Violet is a love letter to Greyson's boyfriend, he is talking directly to him and it is like a "he is my person" moment.
[ And the Bon Iver moment in the chorus? :) ]
Hellboy
Well, this one here is obviously the album's sexual song.
Behind the song itself, we can also feel the desire of sending some confidence, a sort of "fake it until you make it", the mentality that Greyson needs before going on stage, the confidence he was missing because of the pandemic.
Clothes
Clothes is definitely one of my favourites, mainly because of the lyrics.
When you first listen to it you think it is another love letter, but suddenly no, it is more a breakup letter. And this happens with a simple phrase, and from that point, we enter a completely different atmosphere from the one we were initially creating.
It is another song connected to the fear of ending theme. The person is still in love with the other, and even if they broke up there are no resentments for the other continuing with his life because this person recognizes that he wants everything good for the other, even if it means they have to be separated.
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